Relembrar a infância é algo contagiante. Basta ouvir alguém dizendo "eu brincava disso quando era piá" ou "quando eu era criança lá em Barbacena..." que já dá vontade de comentar suas peripécias. Eu, por exemplo, adoro dizer o quanto eu era bom jogando bets, principalmente para derrubar a casinha. Entretanto odeio quando falam de soltar raia, porque nunca consegui relar e aparar os garotos da rua de baixo. No máximo uma debicada até o chão.
Mas divertido mesmo é lembrar – na intimidade – das primeiras vezes. E não!, não pense besteira. Estamos falando de infância, ok? Eu quero dizer a primeira vez de qualquer coisa, tipo a primeira vez que você andou de skate ou nadou sem bóia numa piscina. Clássico é relembrar a primeira vez da bicicleta sem rodinha – a minha foi em Pato Branco.
Outro dia eu lembrei da minha primeira vez num Super Nintendo. Eu já era viciado em Atari (Decatlo e Enduro), Master System (Double Dragon e Vigilante) e Mega Drive (Sonic, óbvio). Mas o Snes era uma revolução. O primeiro vídeo game sei-lá-quantos-bits. Era um tal de International Super Star Soccer, com Beranco e Gomez esmirilhando a defesa adversária; Super Mario World, com Yoshi cuspindo fogo e suas infinitas fases; Top Gear 2 e a velha manha de bater na chegada e ficar duas vezes em primeiro; Street Fighter Turbo II e os intermináveis pegas até altas horas da madrugada; e, por fim, mas não menos importante, Mortal Kombat, de Liu Kang e Johnny Cage, com seus pâncreas, fígado e muito sangue espirrando na tela.
Acho que foi isso que me tornou um psicopata.
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