terça-feira, 21 de agosto de 2007

A Culpa é do Catullo

Nove e quinze da noite, o coletivo parado no tubo da Praça Rui Barbosa. Poucos bancos vagos, mas não se ouve nenhuma conversa a não ser pela garota ruiva de blusa preta e cabelo curto, que entrou conversando com alguém pelo celular. Normal pois até ali nada de diferente estava acontecendo numa noite de segunda feira fria em Curitiba.
Muito se fala da característica dos curitibanos de não serem pessoas muito falantes. Mas isso já deu o que tinha que dar, pois peças de teatro, piadas, personagens de novela e outros já gastaram bastante o tema. Mas mesmo assim fica uma pulguinha atrás da orelha, porque raios eles não se falam. Nem entre eles, talvez aquelas pessoas peguem o mesmo coletivo no mesmo horário e mesmo assim não se vê interação.
Mas nesta noite de segunda feira foi diferente. Quando o motorista entrou e sabe-se lá porque, o motor parou. Neste momento foi o começo das mudança na atitude dos passageiros que até ali não se falavam, um sujeito com um gorro marrom virou para a senhora que estava do seu lado e disse -“puxa vida,bem na nossa vez”- ela concordou com o rapaz e foram conversando sobre um tal de Ferran Adrià. Pois ele ( o cara de gorro marrom) tinha como passatempo cozinhar pratos exóticos e ela era uma expert na cozinha.
Nos coletivos aqui, como no metrô em outros lugares, avisa qual será a próxima parada. E isso foi o que deu motivos para vários estranhos se falarem. Quando aquela voz do além em vez de dizer “próxima parada estação praça Osório” disse que a próxima parada seria na estação Catullo da Paixão Cearense. Ai o burburinho foi geral.

Fim

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