sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Exceção à regra curitiboca

Muito me preocupa essas coisas que vocês andam por aí dizendo sobre Curitiba. Pois é, vocês mesmo; porque eu sou bicho daqui – e bicho malandro, morô? – e não saio país afora dizendo que curitibano é isso ou aquilo. Esse tipo de piada só deve ser feita em âmbito interno. Aliás, piada sobre curitibanos é algo que eu evito no meu show. Evito pois sou uma exceção à regra. Quem disse que nós somos metidos e arrogantes? Só essa ralé que vêm dos outros estados.
Há mais ou menos dez anos, mora um rapaz provavelmente carioca no mesmo andar que eu – na porta ao lado, inclusive. Dizem que o povo carioca é piadista, falastrão, festeiro e conversador, mas não é nada disso que esse meu vizinho demonstra ser. Poucas vezes ele veio falar comigo. Curiosamente, em todas eu estava ocupado mexendo no celular ou procurando vestígios de sujeira na ponta do sapato. São coisas que eu costumo fazer no elevador, oras. Será que ele não percebe quando eu estou ocupado? Povinho besta.
Outro dia, em pleno domingo à tarde, ele tocou a campainha do meu apartamento, provavelmente para pedir uma xícara de açúcar ou coisa parecida. Desta vez foi quase! O problema é que eu estava calçando pantufas de tigrinho e com a sala um pouco desorganizada. Sem abrir a porta, consegui explicar que estava ocupado; disse que estava encerando o tapete ou coisa parecida. Mandei que ele fosse procurar com a Soeli do 202.

Mas eu tenho muito amigos. Amigos bons, antigos. Amigos de infância! É aquela mesma turma que jogava handebol na pré-escola. É só durante essa época que esse povo – como dizem? – "tipicamente curitibano" está aberto a novas relações. Vez por outra nos encontramos no shopping ou numa agência bancária e eles sempre dizem: "almoça lá em casa um dia..." – as reticências, nesse caso, são fundamentais, pois essas são sempre as últimas palavras que eu escuto enquanto me despeço e mudo de fila. Tenho muito orgulho de nunca ter ido a um desses almoços. É claro! Imagina a vergonha: nem conheço a mulher dele.
Trabalho no Aeroporto Internacional de Curitiba. Uma função administrativa; passo o dia inteiro fechado no meu escritório. Infelizmente, não tenho contato algum com os turistas que chegam do país inteiro. Todavia, algumas vezes o rapaz do quiosque de informações precisa faltar (como é mesmo o nome dele? Não me lembro. Só sei que é um moreno que eu contratei pessoalmente lá pelos idos de 1983. Funcionário antigo da casa). Como todo bom gerente, sempre me ofereço para substituí-lo; Saraiva, o chefe, nunca aceita: sempre lembra daquele episódio que eu disse a uma baiana que não sabia onde era São José dos Pinhais.
Bem... Como eu ia saber? Não é só porque estava sentado atrás de um balcão de informações que precisava saber onde ficam todas as cidades do Paraná.
Enfim, essa relação com os povos de outras cidades é complicada. Eles chegam aqui já pensando que curitibano é arrogante e não fala com estranhos. Falácia! Eles que não tem a dignidade de nos abordar de uma forma coerente. Eu, como uma exceção à regra, preciso mudar essa pré concepção. Assim que eles vierem falar comigo, claro.

2 comentários:

Anônimo disse...

"Quem disse que nós somos metidos e arrogantes? Só essa ralé que vêm dos outros estados."
"Eles que não tem a dignidade de nos abordar de uma forma coerente"


Chamr outros estados de ralé e ainda não querer se dizer exceção à regra ... logo se vê que você não conhece nada do Brasil, eu mesmo vim de uma cidade mais limpa, mais rica e com várias vantagens e ainda tenho que ageuntar me chamarem de ralé....

Anônimo disse...

"Quem disse que nós somos metidos e arrogantes? Só essa ralé que vêm dos outros estados."
"Eles que não tem a dignidade de nos abordar de uma forma coerente"


Chamr outros estados de ralé e ainda não querer se dizer exceção à regra ... logo se vê que você não conhece nada do Brasil, eu mesmo vim de uma cidade mais limpa, mais rica e com várias vantagens e ainda tenho que ageuntar me chamarem de ralé....