segunda-feira, 13 de abril de 2009

A curiosidade matou o gato

Quando ia passando em frente ao restaurante que sempre almoço vi um pequeno burburinho, fiquei pensando se parava ou não e resolvi seguir o meu caminho. Não gosto de aglomeração, só em estádios de futebol. Todo estádio lotado é um sucesso, ainda mais se for com a torcida do Mengão. Agora voltando ao que eu vi na rua, tudo bem que não era uma aglomeração muito grande. Mas passou de cinco pessoas já é aglomero.

Ao todo eram oito pessoas duas velhas, um casal, uma criança, uma moça e dois caras. As velhas estavam vestidas com roupas parecidas, saia comprida e casaco de lã. As duas com guarda-chuva aberto para protegê-las do sol, bem coisa de senhorinhas mesmo. A que usava chapéu tinha uma bolsa de couro preta e calçava sapatos vermelhos bem chamativos. Enquanto a outra segurava uma revista, dessas revistas que falam de celebridades, bbb’s e quem está pegando quem no mundo televisivo. Digo isso porque vi que tinha uma foto do Pedro Bial (Bial para os íntimos, eu to fora) na capa.

O casal estava voltando da academia, certeza que estavam. Ainda mais, com aquelas roupas só podiam estar voltando da academia ou de algo parecido. Cooper talvez. Ela devia ter uns trinta anos e ele um pouco mais novo, vinte e cinco talvez . Ela de calça de ginástica e com uma blusa amarrada na cintura e tênis. Ele também calçava tênis de corrida, bermuda e camiseta. Ela fazia cara de assustada, ele segurava a mão dela tentando acalmá-la.

Achei aquela movimentação muito estranha. As outras pessoas passavam sem dar muita atenção ao que estava acontecendo ali. A criança com uniforme de escola se esforçava para ver o corpo caído no chão. A moça devia ter acabado de buscá-lo na escola, pois estava segurando uma mochila do Ben 10. Ao mesmo tempo em que tentava fazer a criança não olhar, se esticava para ver o que estava acontecendo naquele zum-zum-zum.

Os dois caras aparentavam uns dezoito anos, no máximo. O careca usava alargador na orelha esquerda, tinha um furo na parte de trás da bermuda e tinha uma daquelas correntes que prendem a carteira. O outro usava boné, que tinha uma caveira bordada. Estava com uma camiseta engraçada, que tinha a frase ‘não fui eu’ estampada. O careca estava fumando, o de boné se espichava para ver o que tinha acontecido.

Confesso que fiquei com vontade de ver o que eles estavam olhando. Mas como não sou curioso, fui embora sem ver o que tinha acontecido.

Fim