sexta-feira, 29 de setembro de 2006

Alegrias, alegriazinhas espontâneas (parte 1)

- Futebol com os amigos;
- Arroz, feijão, batata-frita e bife;
- Abraço;
- Vozinhas;
- Pufes de espuma;
- Aquele seu sorriso;
- Música;
- Sol com brisa;
- Juliana Paes;
- Cerveja.

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Soneto da Separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silêncioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente

terça-feira, 19 de setembro de 2006

Voto limpo, voto triste

Em tempo de eleição, é comum aparecerem cartilhas orientando a nós, eleitores, como votar. Vira e mexe saí uma nova cartilha da igreja, de um sindicato ou de uma federação pedindo atenção na hora da escolha. Salvo aquelas dicas, sempre essenciais, que puxam a sardinha para o lado dos autores, o teor de cada manual é sempre o mesmo: “verifique o histórico do candidato, avalie bem as propostas, conheça aliados, identifique a ideologia do partido, etc.”. Simples assim.
Mas, cá entre nós, como se faz para saber do histórico dos candidatos? Eu conheço duas opções simples e rápidas: ver o currículo do figura através de seu site na internet ou procurar o que dizem seus adversários pelos programas por aí afora. Em uma delas, tudo é perfeito: Candidato formado em não-sei-o-que na Faculdade não-sei-das-quantas – duas vezes –, com participações em tantos governos e com mais mil projetos aprovados no Congresso Nacional. Tudo muito bom, tudo muito bem. Já do outro lado, dizem que ele foi cúmplice de tal e tal escândalo, acusado de n crimes e ladrão, ladrão, ladrão. O que fazer?
Podem-se colocar os dois lados na balança e avaliar. A disputa é dura, injusta, e o lado acusador sempre vence. As pessoas são propensas a desacreditar em políticos e ainda a odiá-los com todas as forças. Isso facilita a desmoralização do aspirante. As propostas são sempre as mesmas, desde sempre e para todos os candidatos. Aliados são subjetivos, são todos e nenhum ao mesmo tempo. Tudo depende de como andam as pesquisas. Como então achar o candidato honesto? Afinal, existe cartilha definitiva sobre eleições? Existe. E, calma, vou lhes contar.
Vote no candidato triste, principalmente se ele busca a reeleição. Quanto mais acabado melhor. Aquelas rugas de preocupação são essenciais. Mais olheira, mais honesto. Isso é óbvio! Como dizem por aí, não se faz política sem colocar a mão na sujeira. E como pode alguém revolver toda aquela porcaria e ainda sair por aí distribuindo sorrisos? Vote no candidato triste, abatido. Aquele que põe a mão lá e não esconde seus sentimentos. Isso é honestidade. Aquele que é político não porque gosta, mas porque alguém tem que ser.
Demos um basta nos políticos felizes. Aqueles que roubam nosso dinheiro e saem rindo por aí da nossa cara. Se forem roubar, ótimo. Mas que pelo menos finjam que isso é de extremo desgosto, um desprazer inenarrável. Político bom é político honesto. E pra ser honesto nessa política que vemos por aí, só sendo muito triste mesmo.

domingo, 10 de setembro de 2006

Atrasar dez minutos é o mesmo que meia hora

Acordar cedo é algo que realmente exige paciência e dedicação, todos os dia de segunda a sexta é a mesma luta. O celular com aquela musiquinha mais chata que de dez em dez minutos me azucrina, e a televisão com um volume alto, também programada para ligar cedinho.
Agora quando a celular está sem bateria, e por forças do além a televisão por algum motivo desconhecido deixa de me acordar. É certeza que vou ter um dia daqueles, sei que vou sair correndo e vou esquecer de alguma coisa importante, sair do portão e ter que voltar porque esqueci as chaves, esqueço a carteira e assim por diante.
Mas dessa vez eu me recusei a sair correndo, quando saio correndo sempre da algo errado.Levantei meia hora atrasado e fui tomar meu banho tranqüilão.Tomei café numa boa, dei uma olhadinha no Bom Dia Brasil e sai tranqüilamente.
Na rua uma vizinha que tinha ido levar o filho na escola me pergunta, “atrasado hoje?”. Numa fração de segundo penso em uma resposta bem mal-educada, mas só respondo que sim. Chego no ponto do coletivo, “tchans”, o bonde passa e eu fiquei um pouco bolado. Sem crise, entro na banca de jornal, compro umas balas e um gibi do Homem-Aranha.
Talvez pelo horário o trânsito fluiu mais rápido que o normal, diminuindo um pouco o tempo do meu atraso.
Quase chegando no trabalho vou pensando na bronca da “Chefa”. Sei que é clichê, mas quando eu chegava cedo ela não tava lá e quando eu chegava cinco minutos mais tarde sempre ela tinha chego uns dez minutos antes. Meu atraso era de vinte minutos, quando eu vou abrir a porta, ela a “Chefa” abre aporta como se estivesse me esperando. Já esperando o “blábláblá” ela me diz bom dia, e diz que só tava dando uma olhada na rua. Quando eu arrumava as minhas coisas na mesa achando que não teria que ouvir aquela “missa” ela chega de mansinho e começa o falatório: “... e se tem algum cliente que vem cedo aqui e não tem ninguém pra atender bláblá...”.
Dessa vez eu nem me importei porque ela tinha alguma razão, mas me preocupei muito menos do que quando eu saia correndo e chegava dois minutos atrasado e ouvia o mesmo discurso. No final da tarde disse isso a ela. E ela ficou meio sem jeito e disse que tudo bem, que ela mesma sabia que falava demais.Depois disso parei de atropelar a coisas que tenho que fazer no dia.

segunda-feira, 4 de setembro de 2006

Rumando à Brasília

Alguma coisa acontece no meu coração na esquina lá da Visconde com a Barão. Com toda a licença poética, é nesse endereço que fica a Câmara Municipal de Curitiba, meu reduto antagônico de todos os dias. É onde tenho momentos de grande prazer e muitos (muitos) outros de nervosismo contido.
Contido porque, graças, eu me controlo.
Lá é como quando você vai visitar os parentes naquela cidade do interior de Minas, com seus aproximadamente sete mil habitantes.
Você chega geralmente na quinta feira à tarde, logo depois do almoço. Tudo é tão lindo. Desde aquele ar puríssimo (exceto quando passa um trator “cruzando” a cidade) até os velhos e suas partidas de dominó NA praça. Além disso, às 14 horas até o (pseudo) comércio está fechado para a siesta.
Na sexta feira é melhor ainda. Você acorda cedo com o cheiro do café da tia. O leite foi tirado ali, na hora. Que sabor! Pássaros cantam incessantemente no pomar ao lado da janela atraindo os cachorros que correm e latem como se nunca tivessem sido soltos antes. Que cheiros agradáveis. Que sons agradáveis.
Sábado o dia é igual. Aqueles sons, cheiros e sabores tudo de novo. “Que delícia...essa semana vai ser mais do que agradável”. Na hora de ir no mercadinho repor as coisas da casa você passa a mão na chave do trator e vai pagando de fazendeiro. Está até pensando em se mudar definitivamente pra lá.
Na segunda feira você diz: “esses passarinhos são umas gracinhas né? Piam o dia todinho”. E fica o dia todinho falando dos pios dos passarinhos. Fora os cachorros que agora passam o dia no canil. Você disse pro Vô Leopoldo que é por medo de eles atacarem as crianças. Isso sem falar que sua família já fez tour pela cidade trocentas vezes. De bicicleta, a pé, a cavalo e trator, este por duas vezes. E city-tour parecia a coisa mais interessante a se fazer por lá.
Terça feira é irritante. Aquele leite é cheio de nata e o café forte demais. Sua mulher não agüenta mais as histórias da Vó e as crianças já brincaram até com as emas da chácara ao lado. E ainda faltam três dias!
Quarta feira. É o fim! Ninguém agüenta mais aquele lugar. Dão aquela velha desculpa de dar uma “escapadinha até Brasília” e somem pra nunca mais voltar. Os contras superaram os prós.

Na Câmara eu to mais ou menos no domingo. Acho que mais uns três anos nesse emprego eu vou ter que fugir pra Brasília.

Cueca

Sabe aquelas situações em que você se vê enrolado, e não sabe como sair dela!? Mas o pior é quando você tenta lembrar de como entrou nessa situação. Esse é o problema do meu pior pesadelo. APARECER NO MEIO DA AULA SÓ DE CUECA. Não sei como, mas isso me persegue.
A primeira vez, eu estava na segunda série. Lembro-me das meninas rindo no meu sonho, dos colegas me apontando e eu tentando abaixar a camiseta para esconder que estava só de cueca no meio da aula. Mal sabia que era só o começo.
A segunda vez foi na sexta série. Só que o cenário era outro, dessa vez eu “apareci” na educação física. Acordei atormetado, achei que era demais estar acontecendo aquilo de novo. Não contei pra ninguém que tive esse pesadelo. Mas passei dias achando que aquilo tinha acontecido de verdade, só não entendia porque ninguém comentava comigo.
A última vez que tive o pesadelo de aparecer de cueca no meio da aula, foi quando eu estava no terceiro ano do ensino médio. Porém essa foi a pior de todas as vezes, não sei porque, masfoi a mais real. Era semana de provas, nunca fui muito de estudar, e eu estava preocupado com uma prova de matemática do dia seguinte. Na noite de véspera da prova de matemática, como das outras vezes esse tipo de sonho não tem começo. Eu já estava dentro do colégio. Entro na sala e todos já estavam lá, o professor olha pra mim e diz: tudo bem chegar atrasado, mas aparecer só de cueca não dá!
O riso foi geral, me deu viontade de sair voando, mas a única coisa que fiz foi sair correndo. Passei pelas inspetoras que me seguiram. Atravessei o pátio, pulei a grade e consegui despistar as inspetoras. O gênio aqui se escondeu atras de um carro no estacionamento dos professores. O pesadelo foi ficando angustiante, porque sempre tinha alguém por perto quando eu pensava em sair de tras dos carros. Alguns instantes depois uam inspetora me pega pelo braço, eu já não resisti e ouvi o professor me chamar. Entregue naquela situação, só de cueca dentro do colégio. Achando que já tinha visto aquela cena, melembrei das outras duas vezes, e acordo com meu pai me chamando para levantar que tinha que ir para a aula.

domingo, 3 de setembro de 2006