Aquela vez, na praia, foi quando eu me apaixonei. Nos encontramos por acaso, e você era tão quietinha. Eu falava pelos cotovelos, e liderava rodas de prosa, e me fazia de entendido, e contava piadas do Ari Toledo. E você lá, quietinha.
Eu fazia brincadeiras, você ria. Eu discursava sobre Sócrates, você concordava. Eu falava de flores, você sorria. Quietinha.
Eu não percebi na hora, mas como era incrível aquele seu olhar. Sei que não era pra mim – especialmente para mim –, mas tudo em você era perfeito. O seu sorriso, a risada, a forma de mexer nos cabelos. E que cabelos.
Mas como as coisas mudam. Agora sou eu quem te observa liderando rodinhas de pessoas. Sou eu quem concorda quando você adora Montesquieu. Sou eu quem ri das suas piadinhas prontas.Logo eu, outrora tão falante.
Agora fico de longe, só olhando, quietinho.
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