quarta-feira, 9 de maio de 2007

Palhaçada

E não é que o ônibus sorteado pelo Ilustríssimo Sr. Requião para os deputados era de brinquedo? Bem bonitinho até, mas de brinquedo. Isso nos dá duas perspectivas de análise, uma otimista e outra real, digo, pessimista.
Digamos que isso seja bom. Um brinquedo, um gracejo para estimular a presença dos deputados na "escolinha" do governo. Tudo muito bom, tudo muito bem. Uma piadinha para descontrair, quem não faz? Não é só porque os assuntos por lá tratados são sérios que não se pode fazer uma graça de vez em quando. Dizem os palestrantes – os bons palestrantes – que uma boa apresentação começa com uma piada para entreter os espectadores. Entretêm-se, conquista-se a confiança e só então são tratados dos assuntos sérios. Pela visão otimista, foi o que fez nossa corte magnânima, o governo. Ponto.
Pela visão pessimista, ou realista, ironicamente fica tudo mais engraçado. Vejamos: já li por aí que este episódio do sorteio classificou nosso governador como inconseqüente, irresponsável, oportunista e ditador; que a chamada "Escola de Governo" se desvirtuou e virou simplesmente um talk show de Sua Excelência, o Requião; que o governo estadual virou um Estado-Novo regional, vítima dos inúmeros desbundes de seu chefe máximo. Enfim, tudo como numa perfeita descrição do perfeito caos. Não é nada disso, pessoal.
Roberto Requião de Mello e Silva nada mais é do que um contador de histórias. Para tudo isso que têm acontecido só cabe uma descrição: piada! Nosso governador é um fanfarrão, um gabarola, um farrombeiro, um pábulo, enfim. E nós também, convenhamos. Aceitar tudo isso com essa conivência de Magro para Gordo, de Pink para Cérebro só corrobora para mostrar que os antigos revolucionários se tornaram preguiçosos e que os novos sempre o foram. Eu próprio tive minha gangue pré-adolescente de guerrilheiros preguiçosos.
O fato é que precisamos todos nos juntar, os novos e os velhos, os Pinks e os Gordos, para, pelo menos, reclamar dessa babilônia que ocorre no Palácio Iguaçu. Nem queremos que o monarca Requião seja queimado em praça pública ou afogado no chafariz da praça Ozório, basta que ele pegue seu fardinho de cuecas e vá morar em outra granja. Aconselho até que ele compre um trailer e siga turnê com o Circo Garcia, transvestido de Palhaço Mamona, para a alegria da criançada.
O pior é que, segundo um palhaço me explicou – o Alípio, profissional, daqueles que usam máscara (de verdade, diga-se) e roupas coloridas –, existe dois tipos de palhaço: o "branco", que é o líder, que faz graça zombando do companheiro, o dominador, o Cérebro, o Magro; e o "augusto", que é o bobalhão, o de sapatos grandes, o que leva as tortas na cara. “Pink, venha. Hoje a noite nós vamos dominar o mundo”!
Infelizmente, nesse caso, palhaço “branco” é o Requião. A nós sobra apenas o “augusto”.

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