Estavam, os dois, bebendo no bar:
- Fica de olho que ela está a te paquerar.
- Conversa.
- Que nada! Todo mundo percebe. Vai fundo.
Cristovam, que era muito tímido, ainda tentou desconversar.
- Não mesmo. Ela é muito bonita, não é pro meu bico.
O amigo foi enérgico:
- Que isso, rapaz!? Aproveita!
O Contato
Durante a semana, Cristovam passou a observar as atitudes da moça. Lurdes era uma menina linda, estudiosa, beata, enfim, um tesouro. Não era possível que estivesse lhe dando bola.
Mas, um dia, entraram no mesmo coletivo. Ele, muito envergonhado, ainda ouviu Lurdes pedir licença antes de sentar do seu lado:
- Que coincidência te encontrar aqui, Cristovam.
- Pois é, – e tomou fôlego (leia-se coragem) – como vai, Lurdes?
- Ah, eu vou bem sim. E você?
E assim seguiu até que ele descesse dois pontos antes do habitual. Lurdes era, além de tudo, simpática e com um papo muito agradável. Ela, de certa forma, conseguiu vencer a timidez de Cristovam
O Encontro
Passadas duas semanas de seguidos encontros no bonde, resolveram marcar de se encontrar:
- Tenho um apartamento assim, assim. É do meu tio Mário. Podes me encontrar lá amanhã à tarde.
- Feito.
- Então até lá.
No dia seguinte, no horário combinado, Lurdes apareceu toda de preto, num vestido emborrachado e colado ao corpo. Sedutora como nunca visto antes. Cristovam surpreendeu-se:
- Que é isso, Lurdes?
- É assim que eu sou, entre quatro paredes.
- Prefiro você lá fora, então.
Saiu deixando a moça sem ação, no apartamento do tio Mário, em plena Nossa Senhora de Copacabana.
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