Marcos Correia dos Santos e Silva é um rapaz de classe média, nem pobre nem rico, que mora num bairro nos arredores do centro da cidade. Seu apartamento tem três quartos, dois banheiros, uma sala de estar com sacada, uma sala de jantar, uma cozinha e uma lavanderia, onde vivem, além dele, o irmão mais novo, o pai e a madrasta. Sua mãe saiu de casa quando ele ainda era garoto, porém sem brigas nem rancores, e eles se vêem aos fins de semana, de quinze em quinze dias.
Atualmente está desempregado, mas acabou de se formar em direito numa faculdade privada, onde conheceu Julya. Eles namoram há dois anos e fazem juntos o curso preparatório para o exame da OAB. Marcos é fiel, na medida do possível. Nunca chegou às vias de fato, mas sempre que sai sem Julya sente atração por outra mulher. Uma vez a menstruação dela atrasou e eles temeram uma gravidez. Foi apenas um susto, entretanto desde então planejam alguma coisa parecida com casamento.
Todos os sábados, às 4h da tarde, Marcos e os amigos jogam futebol na chácara do Paulo, um filho de promotor de justiça. Sempre que dá eles emendam um churrasco, que normalmente é um fracasso de público. Quando dá, ainda, eles saem juntos na balada, "para manter a união". Ficam bêbados, falam besteiras, tiram rachas de carro, vão em bordéis, mijam na rua. Enfim, tudo o que dá pra fazer entre amigos.
Marcos tem uma vida normal. Não se atola em dívidas, se diverte, estuda, procura emprego, pega ônibus, usa o carro da mãe, viaja com os amigos, joga videogame, come Sucrilhos com leite e assiste filmes. Nem para ouvir músicas ele tem problemas, já que suas músicas preferidas tocam na Jovem Pan. As mais antigas, que já "saíram de linha", ele carrega no seu iPod nano.
Enfim, Marcos não tem história alguma para contar.
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