sexta-feira, 20 de abril de 2007

O meu 11 de Setembro

Pâmela a recém-contratada era o assunto do momento, toda a rapaziada comentava seus dotes e curvas. Até as mulheres falavam dela, umas falavam bem e outras mais invejosa ou por despeito mesmo vivam a procurar defeitos na nova designer. A garota não tinha namorado, era muito simpática, nunca negava de ir em alguma festa ou reunião após o trabalho para aquela gelada no bar do Beto. Era sempre boa companhia e logo se enturmou com todos.

Com o tempo fomos ficando mais próximos por causa do trabalho, e ainda mais por termos amigos em comum. Por exemplo eu estudei com a irmão do cunhado dela, e ela trabalhou na mesma agência de publicidade que eu trabelhei. Eramos amigos só isso, nada mais. Até que começaram os comentários pelo corredores. “Ai galera viram o novo casal? Bruno e Pâmela” e assim sem motivo algum, pois eu e Pâmela só trabalhávamos na mesma sala, no mais saiamos com todo o pessoal do trabalho.

E assim foi durante um tempo, até me afastei um pouco dela para não dar muito motivo para as línguas afiadas da galera. Com o tempo só os falávamos por email e a amizade foi esfriando. Certo dia uma amiga minha me avisou que uma garota me perseguia, no mercado. Disse a ela que devia ser um mal entendido e não deveria ser nada. Mas essa mesma amiga avisou que viu a mesma garota me seguindo agora na rua e no bar do Beto. Contou que essa garota ficou do outro lado da rua escondida tirando fotos e anotando alguma coisa numa caderneta.

No dia 11 de setembro de 1998, tudo parecia normal, as pessoas, o trabalho, o trânsito, o vendedor de pipoca, a velhinha da farmácia... o trabalho foi tranquilo, sem nenhum fato que mudasse o rumo da humanidade. Na hora de ir embora o telefone da minha mesa tocou duas vezes e quando eu atendia não diziam uma única palavra. Não dei muita importância. O telefone tocou mais uma vez, atendi aos berros perguntando quem estava fazendo aquela brincadeira, mas dessa vez era a Júlia, aquela amiga que tinha visto a moça me seguindo, peguntando se eu queria tomar uma depois do trabalho. Disse que sim, mas tive que ficar até um pouco mais tarde no trabalho porque um cliente chato pacas, resolveu me aporrinhar logo na sexta feira.

Sai do trabalho e já eram quase oito, liguei para a Júlia e aviso que já estava saindo. Resolvo ir apé pois o bar era ali perto, no caminho percebi que um casal que passava do outro lado da rua, olhava estranhamente para trás de mim como se algo errada estivesse acontecendo. Quando eu olho era Pâmela com uma arma na mão apontando para mim. “Você não devia ter feito aquilo comigo. Como pode sumir da minha vida sem em dar uma chance” dizia ela aos berros. Quando tentei acalma-la um tiro acidental me acertou.

Fim

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