Sempre que podia, Robertinho tirava sarro de Eomar:
- Com esse nome eu nunca sei se você é homem ou mulher!
Era sempre assim. Eomar vivia às voltas com a zoação dos amigos e parentes. Já nem ligava mais; houve um tempo que odiava a mãe pelo nome que recebera, mas depois de grande passou a achar graça.
Eomar trabalha no setor de compras do governo. Passa os dias fazendo ligações, despachando documentos e demitindo estagiários. Não tem tempo para nada, e havia anos que não tem um relacionamento sério com alguém do sexo oposto (e nem do mesmo sexo, que fique bem claro).
Um dia passou a cuidar mais do corpo. Entrou para uma academia, começou a fazer natação. "Vou pensar mais em mim e menos no trabalho", dizia. Passou a ir em bares e eventos. Já estava com seus 30 anos e finalmente procurava alguém para dividir o teto.
Como em todas as histórias, quem procura acha, quem corre atrás consegue, quem acredita sempre alcança: Eomar noivara. Foi uma festa e tanto, com direito a recepção no maior teatro da cidade. Eram um maravilhoso casal, e tudo estava pronto e lindo para o casório, em dezembro.
Tudo muito bom, tudo muito bem, não fosse o convite que gerava muitas dúvidas nos convidados:
"Anderson Felício de Oliveira e Maria Cláudia Sech de Oliveira; Tiago Suri de Aragão e Cristina Souza de Aragão convidam para o casamento de seus filhos Eomar Sech de Oliveira e Osíris Souza de Aragão, à realizar-se no dia [...]"
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