segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Crise

Estou naqueles dias em que parece que a aventura chama. To com vontade de pegar duas camisetas, duas cuecas, uma calça e uma bermuda e sair pelo mundo, sem destino nem data para voltar. Me livrar das responsabilidades, das irresponsabilidades, dos compromissos. Sair da vida por um tempo. Sumir.
Ando cheio de preocupações e preguiça. Na verdade me parece não ser tão favorável acabar com elas agora. Se o conflito de classes é o motor do mundo, o conflito de idéias é o motor do cérebro. Ter problemas e não querer resolvê-los parece coisa de louco, mas no fundo é como se mantivesse o corpo inserido no mundo real. Todo mundo tem problemas.
Eu fujo das responsabilidades, isso é um fato. Mas elas parecem gostar de mim. Elas surgem para mim como se isso lhes fosse um divertimento. No fundo é: elas sabem que não serão resolvidas. Acho que responsabilidades também são preguiçosas. Gostam de existir, mas não de serem lembradas.
Eu quero existir, não quero ser lembrado. Quero ganhar dinheiro olhando o dia inteiro para o céu, escrevendo poesias e tocando peças de Beethoven. Quero viver a vida para e pela arte. Não me interessam responsabilidades. Não me interessa política, não me interessa economia. To pouco me lixando se tem que pegar filho na escola ou pagar a conta do celular.
Queria ser um ermitão.

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