Lá fora, a tempestade. Raios, trovões, ventania. Era assustador. Talvez os maiores pingos que já caíram sobre a Terra. Da minha janela, não se via sequer a casa da frente, tamanha quantidade de água. O barulho que as gotas faziam no telhado vencia qualquer som. Luz, não tinha. Apenas eu e minha lareira. O Tom, o gato persa.
De repente, um barulho vem da porta. De início pensei que fosse o vento. Depois supus que alguma coisa sendo levada pela enchente que se formava encostava na madeira. Mas o barulho não cessou. Quando fui ver, para meu espanto, uma garota desesperada chutava e batia no trinco. Mas não uma garota qualquer: talvez a mais bela dentre as belas do olimpo.
Estava de vestido branco, encharcado, colado ao corpo que se mostrava de uma silhueta sem deslizes. Os seios, empinados e rijos, denunciavam que o frio lá fora era intenso. Praticamente escalava a porta; parecia disposta a tudo para entrar. E eu sozinho, sem luz, provavelmente sem telefone, só com o calor da lareira.
Àquela hora, com aquela chuva e naquelas circunstâncias? Só podia ser golpe. Não abri.
Flamengo, cerveja, mulher e literatura. Necessariamente fora dessa ordem.
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
Ana bate à porta
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2 comentários:
você não abriu? sério?
mas foi bobo heim :/
do jeito q a vida nos prega peças... fez certo!
eu acho...
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