sexta-feira, 1 de junho de 2007

Esperto ginecologista

Laerte é casado e muito bem casado. Sua senhora, Sofia, era a aluna mais desejada na época da faculdade. Linda, esperta, atenciosa, compreensiva e inteligente, ela virou o tipo da mulher perfeita.
Recém-casados, tiveram um filho que é um espetáculo. O garoto já entrou adiantado na escola e, ao que todos dizem, é um prodígio no futebol.
Como não podia deixar de ser, Laerte é o melhor dos maridos. Não pensa nem nunca pensou em trair. E, convenhamos, nem tem motivos. É o que chamam de genro que toda sogra pediu a Deus.
Laerte, como a mulher, é ginecologista. Eles só não têm uma clínica juntos porque pensam que o convívio poderia afetar o relacionamento. Cada um na sua, ninguém incomodando ninguém, eles vão seguindo suas carreiras – de muito sucesso, à propósito. O fato é que, sendo especialistas na mesma área, Sofia não tinha qualquer ciúme do marido.
Um dia, numa sexta-feira qualquer, Laerte quase teve um grande problema com a esposa. Era quase 18h e ainda lhe restava uma paciente. Como Pâmela era especial – esposa de Antunes, seu melhor amigo –,  o médico abriu uma exceção, marcando a consulta para 18h15. E como a secretária saía as seis, ficou esperando sozinho pela última cliente.
Só quando o relógio apontava 18h40 que Laerte desistiu de esperar por Pâmela. Aí então iniciou os trâmites para fechar o consultório. Como era sexta-feira, preparou um belo drink Blood Mary, só para relaxar.
Quando o computador finalmente desligou, soou o interfone:
- Laerte! Sou eu, Pâmela. Desculpa o atraso, mas é que o Ricardinho se machucou e eu tive que levar ele para o pronto-socorro.
Visto que Ricardinho, filho da moça com Antunes, era seu afilhado, a desculpa foi aceite. Pâmela entrou, pediu outras mil desculpas e sentou-se na cadeira. Laerte, cortês, ofereceu-lhe um Blood Mary enquanto o computador não religava.
Conversaram por um tempo. Laerte contou para Pâmela sobre Sofia – elas ainda não se conheciam –, perguntou sobre Antunes, Ricardinho, enfim, conversa de amigos. Fazia tempos que não se falavam.
Eis que, de repente, um barulho surge à porta. Antes que os dois pensassem que era um ladrão, ouviu-se um barulho de chaves. Àquela hora só poderia ser Sofia. Bem... Ela ainda não conhecia Pâmela.
Como explicar uma cliente, sozinha com ele, às sete da noite, bebendo Blood Mary sob a luz azul do protetor de telas do Windows? Para evitar uma crise matrimonial, Laerte só achou uma solução:
- Depressa, Pâmela! Tire a roupa e deite-se na cama de pernas abertas!
Depois pensou, aliviado: "Ufa! Imagina se minha mulher vê aquela cena... O que ela não iria pensar, meu Deus?"

Um comentário:

Anônimo disse...

Hahahahahahahaha! Muito bom!