Um dia eu vou morrer e tudo que fiz no mundo não terá servido para nada. Tantos anos de estudo e sofrimento, trabalho, preocupação, relacionamentos. Vai tudo para a terra, ser comida de bactérias. Tudo o que eu escrevi, pintei, bordei ficará para a eternidade (ou não); mas e de que adianta? Para que serve minhas produções insossas sem mim? Eu vou morrer, não existirei. As produções, consequentemente, vão comigo.
Aí você fica pensando: para quê estudar? Para quê trabalhar e ganhar dinheiro? Gastar no parque de diversões? De que adianta? Depois você esquece tudo mesmo. Virará tudo cinzas que serão jogadas no lago do Barigui. Na melhor das hipóteses você vira uma múmia fétida para ser exposta num museu daqui a 4 mil anos.
Pensar na morte é frustrante. As pessoas criam ilusões para amenizar os maus pensamentos. Reencarnação, paraíso, inferno, limbo. Nada disso existe. Você morre e vira pó. Do pó vieste, ao pó retornarás. Acaba, fim. Não é como um computador que desliga com a queda de energia mas volta a funcionar depois. É o fim. É uma coisa que se desliga e já era. Não serve pra mais nada.
Tem algo que eu sempre penso. Não ameniza em nada, mas é um fato pelo menos concreto. Quando você morre, é enterrado, certo? Ou cremado, tanto faz. E aí vai para a terra. Vira nutrientes que alimentam plantinhas. Essas plantas alimentas a cigarra, que alimenta o tamanduá, que alimenta a onça pintada, que alimenta o mosquito, que alimenta o sapo, etc, etc, etc. A tal da cadeia alimentar. É a única forma de reencarnação que eu acredito. É o que dá faltar as missas de domingo e acreditar nas aulas de biologia.
O problema é quando começo a pensar que já não nascem plantinhas como antigamente.
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