quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Ópio

Há muito tempo que eu não ia dormir tão feliz por causa de um daquele mafioso jogo chamado futebol. A última vez, se não me engano, foi naquela partida contra o campeoníssimo São Paulo em que nós, os “quase-rebaixados” flamenguistas, goleamos por um a zero. Antes disso, então, acho que só na final do carioca, lá por abril ou maio, quando o Botafogo sucumbiu à força do Rei Obina e seus assessores.
Alguns então se perguntam: “mas e o 3 a 1 sobre o Cruzeiro?”, ou então “e o 4 a 0 contra o Juventude?”. Não é nada disso, pessoal. Não é o placar que me faz sorrir. A graça toda do futebol está na torcida. 70 mil pessoas gritando no Maracanã é que fazem o do esporte um espetáculo.
(Antes que me crucifiquem, um grande parênteses de explicação: conta Fluminense, Atlético-MG, Vasco e Sport também colocamos mais de 50 mil no Maraca. O fato é que eu não assisti a essas partidas)
Vejam que alegria. Futebol é o ópio do povo, certo? Precisa dele (o povo) para ser consumido (o ópio). Futebol precisa lotar estádios para ter espírito. Nenhum jogo - e nisso se encaixa até o maior derby dos derbys, o Fla-Flu - tem graça se qualquer setor das arquibancadas estiver com espaços em branco. Futebol é um carnaval no meio da semana, é um baile à fantasias em plena quarta-feira à noite.
Isso dirigentes e jogadores não percebem, infelizmente. Sem os torcedores o futebol simplesmente não existe. É uma pena que não façam nada para segurá-los.

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