quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

CRÉU

Carnaval é uma seqüência desvairada de antagonismos. Em que outra época do ano faríamos o que fazemos nesses cinco (e poucos) dias de festerê intenso? Ou você, jovem e tresloucado leitor, costuma sempre acordar vestido de odalisca turca, com um profundo corte no pé causado por forças ocultas e a cabeça mais pesada do que o próprio corpo?

Uma vez ouvi um caretão (leia-se nerds) reclamando dessas loucas viagens de carnaval em turma. Ele dizia que nem pelo direito de experimentar um hipotético Halo IV antes de todo mundo ficaria em uma casa suja e fedida, na companhia de outras 11 pessoas mais loucas que o Lobão, com todo mundo cagando defecando água (e em apenas dois banheiros) e comendo os mais diversos tipos de miojo. Sorte que nunca se pode acreditar no senso de diversão de um gamemaníaco.

Qual seria a graça da festa mais popular do Brasil sem os populares? Eu, por exemplo, conheci a Embaixatriz da Angola em plena Atlântica de São Francisco do Sul. Era um negão de dois metros de altura, dois de largura e dois de comprimento com uma tanga roxa e turbante, cantando "o que é que a baiana tem?" e dançando à la Carmen Miranda. Sem contar que o irmão dele era a própria Vera Verão.

Um carnaval só é verossímil numa casa com infinitas pessoas -- entre conhecidos e desconhecidos -- copos e latas para todo lado, areia e água pelo chão e pelas paredes, dores de cabeça e de perna e muita (eu disse MUITA) risada. Um carnaval só é verossímil com os amigos.

E entenda amigo por qualquer pessoa, afinal carnaval é só alegria.


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