terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Sem nexo 6

É muito fácil enlouquecer. Bastam dois minutos de prosa com alguém que já foi acometido pela loucura da vida para que as idéias da mente comecem a se confrontar. Ou então dar uma lida em um ou outro livro que exponha a insignificância do ser humano perante a infinidade do universo. Ou até, quem sabe, algumas horas de reflexão acerca do inexorável sentido da vida. Ler o jornal do dia também ajuda a chegar lá.

Loucos, na verdade, acho que somos todos nós, que nos consideramos normais. Nós, que vivemos segundo as regras do jogo. Geroge Orwell já dizia que "liberdade é escravidão", e pensar nisso causa angústia aos mais realistas. Entender que o mundo e suas leis de convivência estão errados e danando a própria existência humana causa frustração aos mais desavisados.

O que ninguém parece compreender é que o indivíduo é muito pouco no contexto do todo. O que é, por favor!, viver a vida? Os acomodados dirão que basta fazer tudo o que der na telha, da maneira que desejar, buscando sempre a felicidade. Mas, ó raios, tudo é muito relativo! Em tudo na vida, como na física, o que importa é o referencial. A minha felicidade não deve ser a mesma que a sua.

Eu faço muitas coisas que me dão prazer. Muitas. E, admito, consigo sucesso na grande maioria delas. Posso dizer que sou um cara feliz, na medida do possível. Porém – ah, o porém – eu quero mais. Sempre quero mais. E sabe porque não consigo fazer dez vezes mais coisas legais do que já faço? Sim, os seres humanos. Já disse e repito: os seres humanos são a escória da humanidade.

Vocês estragam tudo. Ou melhor, nós estragamos tudo. O seres humanos conseguem destruir toda e qualquer coisa em que botam as mãos. Vocês... nós pegamos a inocente folha de coca, trabalhamo-la e criamos a cocaína. E depois proibimos. O mesmo com a papoula. O mesmo com os carros esportivos que mostram no odometro a velocidade máxima de 320 km/h. Aos humanos, um aviso: muito ajuda quem não atrapalha.

Ok, admito. Estou ficando louco. Acho que é muita leitura. Ou muito café. Os livros nos fazem pensar, o café catalisa idéias mirabolantes. As idéias mirabolantes – God damn'it – causam suicídio.

Pensar enlouquece. Pense nisso.

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