Outro dia, estava eu assistindo um jogo qualquer da Libertadores. Digo jogo qualquer, porque não era um jogo do Mengão, logo é um jogo qualquer. Foi uma partida um tanto cansativa sem muita emoção e poucos lances de perigo. E viciado no esporte bretão que sou, fiquei a reparar nos detalhes do jogo, ou melhor, da transmissão. O narrador era o genial, incomparável, sabe tudo e professor de deus: Galvão Bueno. O que é quase certeza de pérolas durante a transmissão.
O jogo começa e a torcida do time da casa não para de cantar. Nosso ícone do microfone manda das suas. “Canta que canta a torcida Nacional” e continua “olha Falcão, não parece a torcida do Boca? É a torcida do Boca que canta assim” essas frases me fizeram pensar numa coisa, talvez nem seja importante. Mas será que as torcidas do River Plate, Estudiantes e de outros times argentinos não cantem igualmente a torcida do Boca.
Mas não para por ai, as torcidas dos clubes sul-americanos tem essa maneira de torcer, principalmente na Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile. Eles cantam músicas intermináveis num mesmo ritmo, isso enche o saco. Mas sabe como é, cada um na sua. Aqui a torcida gremista (os gaúchos, não do Grêmio Barueri ou do extinto Grêmio Maringá) talvez por proximidade e admiração aos argentinos se comportam e cantam como “a torcida do Boca” o que é chato barbaridade tchê! Brasileiros são criativos, não deveriam imitar ninguém, muito menos esses chatos de galochas.
Voltando ao mestre Galvão, principalmente da maneira que ele disse “eles não param de cantar, é impressionante. Parece a torcida do Boca”, calma lá, segura sua onda garotão. Só porque é jogo da Libertadores vossa senhoria vem com esse papinho de Boca isso, Boca aquilo. A torcida do São Paulo, que não é das mais sinistras, passa o jogo todo cantando, do jeito deles, mas cantando. E vai dizer para eles que eles estão imitando a torcida do Boca. O que todos devem perceber é que todas as torcidas cantam, isso mesmo. Todas as torcidas cantam, até a do Coxa canta (teste para detectar leitores) o jogo todo.
E cantar aquelas músicas chatas dos argentinos é mole, e são as mesmas desde de tempos atrás. O que é legal mesmo é a criatividade das nossas torcidas. Aqui nessa Brasila, a todo momento surge uma música nova, um novo hit de sucesso. Já teve até versão de uma do Padre Marcelo que virou moda de várias torcidas ( O senhor é rubro-negro, rubro-negro eu também sou..) e o senhor não foi só rubro-negro, ele também foi alvi-verde, colorado, tricolor e sei lá mais o quê. A torcida do Mengão cantando poeira, é empolgante Até a vil torcida do vice (que não chora) cantando a versão de Ana júlia, é ruinzinha, mas é animada. Os corintianos cantando uma versão de farofa, cheia de trocadilhos. Isso só tem aqui, é uma explosão de sucessos.
Enfim a torcida do Boca e as genéricas deles, são chatas pra caramba. Eles cantam aquelas músicas sem fim e acham legal, imaginem algum estádio do Brasil inteiro cantando “O Diário de um Detento” ou “Faroeste Caboclo” seria sofrível, não pelas músicas, afinal tem quem goste. Mas elas não terminam nunca. É muito mais legal a galera cantando o Créééééééééuuu (nas cinco velocidades), E ninguém cala, Poeira e demais cantos tupiniquins, que são mais criativos e empolgantes. Só me falta o mestre dizer que só a torcida do Curintia (é timão mano) é a única que é fiel.
Fim
2 comentários:
hauhauhauhauauha
Saudades de você por aqui.
E apareceu no estilo, muuuito bom, adorei!
Bjo.
Duas Observações:
Observação 1:
Tive que me segurar pra não rir no trabalho ao ler "imaginem algum estádio do Brasil inteiro cantando “O Diário de um Detento” ou “Faroeste Caboclo”".
Observação 2:
Deveras, não só a torcida do Corinthians é fiel, como Deus também!
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