sexta-feira, 7 de março de 2008

Passionacionalidade

De repente a euforia e a esperança, num instante torna apreensão e angústia. Aquele entusiasmo de certa forma serviu de combustível para que a esperança não se fosse de uma única vez. Porém em instantes outro fato deixaria a esperança “respirando por aparelhos”. Mesmo assim ainda havia esperança, e não é que ela é realmente a última a morrer. Quando tudo dizia que não ia dar certo, aquele resto de esperança iluminava e de certa forma acalmava a angústia que já se fazia presente nas expressões faciais. No pedido de mais um chope. Era a esperança dando sinais de fraqueza.

Minutos depois, mais um golpe que leva a esperança à lona. Mesmo assim eram os últimos suspiros daquele restinho de esperança. Agora a angústia tomava conta do ambiente, ninguém dizia nada, apenas resmungavam lamentos e grunhidos de raiva. A raiva surge como se já estivesse pairando no ambiente a algum tempo. A esperança em estado terminal e em diminuindo cada vez mais, só fazia aumentar o sentimento de nó na garganta. Angústia, nó na garganta e a sensação de impotência em não poder ajudar.

Mais duas fatalidades seguidas e a esperança “sobe no telhado”, com o rosto enfiado entre as mãos. Um olhar distante para o nada, desvio o olhar para a tela e vejo que minha angústia, o nó na garganta, o desconforto e o sentimento de não poder ajudar iriam durar mais vinte minutos. É como se você estivesse amarrado e na sua frente alguém agredisse alguém que você preze muito. Tamanha tristeza no ambiente que até um uruguaio, e torcedor do Nacional, não se empolgou muito com a vitória do seu time. Sentiu-se culpado pela dor no coração dos presentes e tentou até atenuar o sofrimento alheio. Disse em portunhol: - Tranquilo, no fim seremos nós e Flamengo classificado. Tranquilo.

Perguntei a ele, como se sentiria se a situação fosse inversa. Nós no Uruguai e o Flamengo vencendo o time dele. O gringo respondeu que ficaria tranqüilo, pois sabia que se classificariam com o Flamengo para a segunda fase. Disse a ele, que essa é a diferença, uma derrota do Flamengo é muito maior e mais triste para nós do que uma derrota do Nacional para eles.

Fim

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