Lá vem ele de novo falar sobre amor. Logo ele que não ama, um sujeito que não tem sentimentos. Coração de pedra feito guerrilheiro desbravador. Praticamente um tropeiro macho, sujo e durão. Quase um forasteiro no Velho Oeste.
Juro, meus caros... Não é minha vontade! É inevitável; algo que surge como que de geração espontânea. O mundo está repleto de amor, e não há dúvida: o assunto é inesgotável.
Há um diálogo no livro "A Idade da Razão", de Jean-Paul Sartre, que ilustra bem minha relação com o dito sentimento:
- Gosta de mim?
- Gosto – disse Boris com uma careta.
- Por que faz essa careta?
- Porque você me perturba.
- Por quê? Não é verdade então que você gosta?
- É verdade.
- Por que não diz isso espontaneamente? É sempre preciso que eu pergunte.
- Porque não sei. Acho que essas coisas a gente não diz.
- Desagrada a você que eu diga que te amo?
- Não, você pode dizer, se isso vem espontaneamente, mas não deve perguntar-me se te amo.
- Querido, é tão raro eu te perguntar alguma coisa. O mais da vezes, basta-me olhar e sentir que eu te amo. Mas há momento em que é o teu amor que eu quero.
- Compreendo – disse Boris com seriedade. – Mas você deveria esperar que acontecesse sozinho. Se não é espontâneo, não tem sentido.
- Mas, meu tolinho, se você mesmo diz que você não diz se não te pergunto!
Boris riu.
- É verdade, você me faz dizer asneiras. Pode-se ter um grande sentimento por alguém e não falar.
Isso é tudo, por ora.
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