terça-feira, 4 de março de 2008

Assunto: amor (adivinha!)

Lá vem ele de novo falar sobre amor. Logo ele que não ama, um sujeito que não tem sentimentos. Coração de pedra feito guerrilheiro desbravador. Praticamente um tropeiro macho, sujo e durão. Quase um forasteiro no Velho Oeste.

Juro, meus caros... Não é minha vontade! É inevitável; algo que surge como que de geração espontânea. O mundo está repleto de amor, e não há dúvida: o assunto é inesgotável.

Há um diálogo no livro "A Idade da Razão", de Jean-Paul Sartre, que ilustra bem minha relação com o dito sentimento:

- Gosta de mim?
- Gosto – disse Boris com uma careta.
- Por que faz essa careta?
- Porque você me perturba.
- Por quê? Não é verdade então que você gosta?
- É verdade.
- Por que não diz isso espontaneamente? É sempre preciso que eu pergunte.
- Porque não sei. Acho que essas coisas a gente não diz.
- Desagrada a você que eu diga que te amo?
- Não, você pode dizer, se isso vem espontaneamente, mas não deve perguntar-me se te amo.
- Querido, é tão raro eu te perguntar alguma coisa. O mais da vezes, basta-me olhar e sentir que eu te amo. Mas há momento em que é o teu amor que eu quero.
- Compreendo – disse Boris com seriedade. – Mas você deveria esperar que acontecesse sozinho. Se não é espontâneo, não tem sentido.
- Mas, meu tolinho, se você mesmo diz que você não diz se não te pergunto!
Boris riu.
- É verdade, você me faz dizer asneiras. Pode-se ter um grande sentimento por alguém e não falar.

Isso é tudo, por ora.

Nenhum comentário: