Já parou para pensar por onde andou o seu dinheiro? Não que está no banco, mas essa nota de um real que tens no bolso. Pois bem, olhei para minha carteira e vi que entre todos os meus reais (que não são muitos), uma cédula em especial chamou mais atenção que as outras três (uma de cinco, uma de dez e outra de um novinha). Uma nota de um real velha, suja, maltrapilha e maltratada, com um furo no meio e com a esfinge de “óculos escuros” e bigode. Na hora pensei: e se essa nota falasse!
Em pouco tempo admirando aquela nota que estava (e ainda está) em frangalhos, comecei a imaginar diversas situações sobre o fabuloso destino desta nota. Desde que saiu da casa da moeda e foi para um banco. Do banco foi para as mãos (ou bolso) de alguém, quem sabe de uma velhinha que foi comprar pão. O garoto do caixa da padaria ao dar o troco para uma bela senhorita rabiscou o seu telefone na nota que a velhinha pagou pelos pães.
Na seqüência a nota foi para na banca de jornal, sem que a garota levasse a sério o galanteio do rapaz do caixa da padaria. Da banca de jornal foi para o cobrador do ônibus, quando o jornaleiro foi embora. Do cobrador a nota foi para um estudante do ensino médio que colocou os óculos escuros na esfinge, antes de passar a nota para frente. E assim a nota de um real foi circulando de mão em mão.
Foi lavada dentro do bolso da calça de algum esquecido. Usada por um garoto para comprar figurinhas do campeonato brasileiro de 1997. Foi apostada numa partida de caixeta. Foi parte do pagamento de uma rifa que concorria a uma cesta de páscoa. Foi doada como esmola. Serviu de pagamento para uma dose de cachaça. Passou pela Casa China. Algum moleque filadumaquenga resolveu fazer um saque, direto na conta do papa, através da santinha que vai de casa em casa no lares católicos e pegou essa nota.
Claro que tudo isso são apenas suposições de por onde essa nota pode ter passado, mas não é muito diferente disso. Quem garante por onde o nosso dinheiro já andou? E aqui está a nota de um real toda mulambenta, estropiada, furada e com um poema rabiscado. Não resisto em transformar a esfinge que estava de óculos escuros em um daqueles caras do Kiss.
Fim
O artigo 290 do Código Penal, diz ente outras coisas que é crime inutilizar nota, cédula ou bilhete representativo de moeda.
4 comentários:
Não é "esfinge", caraio. É efígie! E-FÍ-GI-E!
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A Efígie da República é o simbolo da República Federativa do Brasil.
É a personificação nacional da nação brasileira. Esse símbolo está em diversos objetos ou documentos do Brasil. Seu uso mais comum é na moeda brasileira, o Real. É usada em todas as células e na moeda de R$1,00 e nas antigas moedas. A Efígie foi usada primeiramente como um ícone republicano com a proclamação da república, ela se tornou o símbolo do país.
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Mas que "esfinge" ficou engraçado, ficou.
Vou terminar a obra desenhando um corpo de leão e aí sim vai se tornar uma ESFINGE com a cara de maluco do Kiss.
Em todo caso, muito obrigado Pasquale.
Não esqueça de tirar o nariz!
De preferência com um canhão.
Eh Kibão o texto "Pai" era daqueles pra dizer:
"Saaaaaaaaaangue de Jesus"
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