quarta-feira, 19 de março de 2008

O bom e velho ele

De repente, instalou-se a crise. Mental, que fique registrado. No mais está tudo bem: com os amigos, com a família, com o trabalho. O problema é a cabeça e os velhos questionamentos sobre a existência e, principalmente, o porquê dela. Nada que fará seu mundo perfeitinho ruir, mas incomoda na hora das conversas mais fúteis.

Os pensamentos variam da descrença nos ideais de sobrevivência à idéia de que a vida é apenas um rito de passagem. As angústias, veladas, fazem eco nas atitudes, nas palavras. Há um certo rancor no ato da convivência social. As regras... Não está certo. Nada está certo.

Alguém lhe disse, certa vez: "A vida é curta, rapaz. Aproveite enquanto é tempo". Hoje ele se pergunta por que isso. A vida é curta comparada a quê? O planeta tem milhões e milhões de anos. Se comparado a isso, a vida é curta mesmo. Mas uma mosca vive dois, três dias. E então?

Mas, na verdade, o que é a vida? Seria ela um direito adquirido? Ou então uma grande sorte de loteria? Até um azar, talvez. O fato é que vivo ele está; sente dores e suas variações; sente sabores, gostos, sons e formas; sente preguiça, ira, avareza a luxúria. Só não entende os motivos disso tudo.

Explicações. Ele quer explicações.

Nenhum comentário: