Faz menos de uma semana, tive uma oportunidade de registrar algo muito raro. Tive a chance de fazer algo que teria um valor sentimental, documental entre outros valores, que me deixaria orgulhoso para o resto da vida. Mas do jeito que o fato acorreu, nem fiquei tão fustrado. Tenho certeza que na próxima, se é que vai haver, estarei mais atendo e hei de não vacilar.
É aquela história de aprender com erros. E não é que a gente aprende mesmo, talvez seja como diz aquele ditado:- macaco velho não põe a mão em cumbuca. Ou como falam aqueles caras, que andam aos bandos e vestem roupas largas em cores duvidosas (rosa claro e azul bebê):- agora tô ligado véio. Agora estou esperto e pronto para não perder outra chance daquelas.
Bom vamos ao fato. Semana passada, o Flamengo jogou pela Libertadores. E como o jogo era num horário alternativo (19:30), ao menos para os padrões televisivos novelísticos brasileiros, fui no Bar do João tomar uma e torcer pelo Mais Querido. Parecia que naquele começo de noite, o time estava disperso, preguiçoso e sem vontade. De fato o time atuava de uma maneira que ia contra as tradições flamengas, como diz o Sr. Arthur Muhlenberg. O jogo estava ruim, muito ruim mesmo.
Mas é nesses jogos, que um lance pode mudar tudo. O jogo seguia embolado no meio, cheio de chutões para o alto e os torcedores acompanhavam mais pela obrigação cívica e moral de todo flamenguista. Porém, no apagar das velas, quando tudo se encaminhava para um zero a zero dos mais safados. Eis o lance que poderia mudar o rumo da partida.
Falta na entrada da área. Trinta e tantos do segundo tempo. Na hora me lembrei do Zico, com ele em campo dali era gol na certa. Mas logo caí na real e hoje em dia o Mengão não tem um bom aproveitamento nesse tipo de jogada. Esse ano foram dois gols dessa forma, até então. Os torcedores no estádio gritavam o nome de Bruno (A Muralha) como forma de protesto, já que a maioria do time parecia pouco afim de jogo naquela noite.
Então vem a minha falta de experiência, essa era a hora H. Bruno (The Wall) foi para a cobrança atendendo o pedido da galera, que estava no estádio e para a surpresa dos que assistiam pela TV. No bar a rapaziada toda não acreditava muito, mas eu sim. Sabia que aquele poderia ser o momento. Nunca na vida, vi um goleiro do Mengão fazer gol de falta. No bar, tal como no estádio, todo mundo ficou em pé. Eu rapidamente, todo malandrão, me preparei para registrar o lance histórico.
Peguei meu celular, tinha certeza que o Bruno faria o gol. Não sei explicar, mas eu sabia. Sei lá, coisa de flamenguista. Tudo tem um motivo, aquele jogo estava ruim demais e terminar num zero a zero seria comum demais. Alguma coisa tinha que acontecer. E um gol do nosso goleiro transformaria aquele jogo, ninguém comentaria que o jogo fora ruim. Mas todos se lembrariam do dia que o goleiro do Flamengo fez um gol de falta. E lá foi o guarda-metas do Mengão para cobrança, eu acompanhava pelo visor do celular. Quando ouvi o trilar do apito, apertei o botão capturar...
Capturar! Capturar! CAPTURAR!?! No visor do telefone ficou a imagem congelada do goleiro indo para a bola. Ocorreu que o gênio aqui, em vez de gravar a cobrança de falta, acabou fotografando. Fiquei bolado, tanto que nem ouvi os gritos em comemoração do gol de goleiro.
No final das contas, o Bruno salvou o jogo de ser um fracasso total. O Obina fez um gol, provando por A mais B, que ele é melhor que o Eto’o. O Mais Querido terminou como o líder do grupo e eu... fiquei felizão. Afinal o Flamengo venceu mais uma!
Fim
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