terça-feira, 10 de julho de 2007

Promessa

De todas as pessoas do mundo, a última que eu esperava matar era Joana. Ainda mais por causa de Pedro, nosso filho.
Tínhamos uma relação perfeita até que nosso bebê começou a fumar maconha. Não por ele, coitado, mas porque Joana logo teve uma recaída. E ela sabia que, quando casamos, eu exigi que ela nunca mais puxasse um fumo. Ela prometeu e não cumpriu. Promessa descumprida, para mim, é morte. Fui criado assim. É desse jeito que as coisas funcionam lá no agreste.
A cena foi a seguinte: cheguei em casa mais cedo do trabalho e fui para o quarto trocar de roupa. Pus minha sunga, fazia um calor imenso. Eis que desço até a piscina e ela estava com nosso Pedrinho, “bolando” unzinho. Até tentou se desculpar dizendo que só estava “preparando”. Não ia fumar, dizia. Mas eu não acreditei; aquilo para mim bastou.
Não queria matá-la, juro. Não ali, na frente de nosso filho. Mas não teve jeito: minha mira é muito boa.

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