segunda-feira, 16 de outubro de 2006

O Pacote

Nada mais vergonhoso do que tropeçar em público, escorregar na balada, cair na frente de pessoas que você não conhece. Essas realmente são situações nas quais normalmente tem-se a vontade se sumir, pois a vergonha nos deixa tão impotentes a ponto de não conseguirmos ter dominio sobre as ações tomadas depois do tombo.

As reações são tomadas irracionalmente, ninguém pensa em fingir após um tombo, que está sentindo muitas dores, ou da aquela corridinha boba depois de um tropeço. Isso é instinto, reflexo talves. Tive uma reação dessas outro dia, sábado passado para ser mais exato.

Tinha acabado de chegar no boteco com meus amigos, pedimos duas geladas e começamos a “prosear”. O boteco estava cheio, a conversa estava boa quando de repente, não mais que de repente. Tenho a sensação de estar em outro lugar, o tempo parecia correr mais lento. As pessoas que estavam no bar sumiram, meus amigos sumiram, a mesa sumiu. Não sabia onde estava!!!

Nunca acreditei em abdução, mas naquele instante fiquei com uma ponta de dúvida. Como pode as coisas sumirem de repente. Não estava sentindo os pés, até que as coisas voltam a aparecer. A mesa, os amigos, as pessoas e o chão. Eu cai, a cadeira em que sentei estava escangalhada. A miserável da cadeira estava podre. Eu tomei um pacote, não um pacote qualquer, um pacotasso.

Do meu lado as pessoas parciam preocupadas, acredito que o barulho foi alto. Na minha frente a Marina e o Paulo estavam com um misto de preocupação e riso no rosto. Fiquei bolado, não sabia o que falar. O tempo ainda estava correndo lentamente, me levanto, olho para acadeira canalha. Tento pensar em alguma coisa, mas minha cabeça só me diz; caraca eu cai, caraca eu cai, caraca eu cai... Merda, merda, merda, merda... fudeu me ferrei... Vergonha, vergonha...

Não adiantava eu tentar agir racionalmente, mas não consegui. A maioria das pessoas olhando para mim. Se não fosse a grande quantidade de malanina teria ficado vermelho, muito vermelho de vergonha. Ninguém falou nada até que quebrei o silêncio do lugar. Olho para a mesa do lado onde dois casais estavam e digo: Ahhhh ta é pegadinha isso né! Onde está a cãmera?

O riso foi geral! Nem eu agüentei e cai na risada

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