Regozijai-vos, novos senhores da América. Depois de uma primeira fase menos que mediana, o Flamengo buscou forças no Olimpo Oitentista para se reestruturar e finalmente reconquistas a Taça Libertadores da América. O caminho, porém, não foi dos mais fáceis.
Depois de uma primeira fase pífia, com nossos players jogando como se fosse um carioqueta qualquer, houve uma mudança de mentalidade a partir das oitavas de final. Mais precisamente a partir do intervalo do segundo jogo contra o Corinthians, no Pacaembu. E aí, já sabe: deixou chegar, agüenta.
Neste jogo o time foi aos vestiários para o intervalo de cabeças baixas, perdendo de 2 a 0 e com atuações abaixo da média. David, esse monstro que na final de ontem só faltou rugir, havia feito gol contra e deixado Ronaldo livre para marcar. Quem diria!
No intervalo o mão santa Lourenço sacou um apagado Vinícius Pacheco para dar uma chance ao bicampeão do mundo Kléberson. Exatamente o que o Xaropinho precisava para chamar a atenção do Dunga pouco dias antes da convocação.
Ele entrou e deu nova cara ao time. Marcava, puxava contra-ataques, dava bons passes... Foi dele o toque sutil para o gol salvador de Vágner Love (outro monstro). Mas o mais importante nessa volta do vestiário foi a mudança de atitude de todos os jogadores. Eles entraram com mais garra, mostrando vontade de vencer. Bruno que é o Bruno deu um tempo com suas ceras infindáveis, apesar de ter tomado amarelo. O Juan dava botes inacreditáveis para um rapaz daquele tamanho. Até o Adriano resolveu jogar um pouquinho, pra variar – mas só um pouquinho, bem pouquinho.
A partir daí foi aquela velha história. Deixaram o Flamengo chegar, fica difícil de segurar. As quartas foram moleza, contra o cheio de soberba Universidad de Chile. Eles acharam que poderiam anular nossos guerreiros tal qual fizeram durante a primeira fase. Ledo engano. No mata-mata não tem pra ninguém: o Mengão doutrina. O 4 a 0 no Maracanã foi pouco.
A semi, contra um desinteressado Chivas, só não foi mais fácil porque a fácil passagem pelas quartas-de-final deixou os jogadores com o velho salto alto. A derrota no primeiro jogo foi importante para restabelecer a mentalidade do sapatinho-mor – o culminou com uma acachapante vitória no campo dos ticanos.
Ontem foi inacreditável. Ninguém esperava um Estudiantes tão mole no primeiro jogo, ainda mais após terem vencido o Cruzeiro de forma tão humilhante. Os 2 a 0 do Mengão foram pouco e o sofrimento na grande final foi até o último minuto. Graças a Zeus os russos deixaram nosso artilheiro do amor ficar e graças à favela onde ele cresceu que o cara é tão flamenguista. Aquele gol foi de explodir corações, de desestabilizar estruturas. Valeu Love, valeu Mengão. Agora é rumo ao bi do Mundial.
*Eu sei que pode parecer um pouco pretensioso da minha parte, uma confiança exagerada, mas Nostradamus falou comigo durante um sonho. Nunca estive tão certo de uma profecia.
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