Que rufem os tambores! É hoje que sai a convocação da seleção para a Copa, finalmente. É a mais esperada convocação de todos os tempos, até porque toda Copa do Mundo que está por vir é sempre a mais esperada de todos os tempos. E tendo Dunga como técnico não ajuda em nada.
Ele convocou nada menos do que 89 jogadores de 2006 para cá. Vestiram a amarelinha nomes como Afonso Alves (titular absoluto em algumas partidas, hoje no Qatar), Hulk (atacante do Porto, que só ouve falar quem acompanha o campeonato português bem de perto) e Fernando Menegazzo (quem?). Sem contar com Gilberto Silva e Josué, craques de outrora e que muito provavelmente estarão na lista de mais tarde, mas que nem sempre são titulares em seus times na Grécia e na Alemanha.
Alguns chamam isso de coerência, de padrão, de confiança. Eu chamo de burrice. Tudo bem que um time de futebol precisa ser uma equipe, todo mundo se conhecendo só de olhar e aquela ladainha toda. Mas também é preciso levar em conta que para ser campeão do mundo é necessário vencer apenas sete jogos. Sete. Quem joga pelada sabe que se você botar todos os caras da turma que sabem jogar bola no mesmo time será goleada na certa. Faça isso a cada jogo e você terá um time campeão.
Sem falar que só temos jogadores estrangeiros. Tirando um ou outro potencial reserva, mais conhecidos como Kléberson e Adriano (que devem estar de joelhos neste momento, rezando para o Dunga manter sua burra coerência e convocá-los), nossos players todos jogam no exterior. Numa boa: que graça tem isso? A sorte da CBF é que o povo brasileiro é um povo metido, que adora se exibir para os anglo-saxões. Nada melhor para nós, terceiro-mundistas, do que ser campeão do mundo com os melhores jogadores das ligas deles, primeiro-mundistas. Papo sociológico, enfim.
Já falei e vou repetir: quando eu for presidente do Brasil, minha primeira medida provisória (não se faz lei neste país do provisório) será a obrigação de todo jogador da seleção brasileira atuar em solo tupiniquim – logo depois de autorizar o SUS a fazer implantes de silicone, mas isso fica para outro texto. Sim, para jogar no Brasil só jogando no Brasil. Isso vai ser melhor para todo mundo. Explico.
Jogar na seleção é uma honra, ou pelo menos assim deveria ser. Ser convocado é o ponto máximo da carreira de um jogador, e ser convocado para a seleção brasileira é o ponto máximo do ponto máximo da carreira de um jogador. Logo se vê que basta um brasileiro se naturalizar em outro país para jogar na seleção deste. Sendo assim, só jogará na seleção aquele que realmente quiser. Você, jogador, pode sair do país, ficar rico jogando no Barça ou nos Emirados Árabes, mas esteja ciente de que daí nada de seleção para você. Ou a glória pessoal de vestir a camisa amarelinha ou a satisfação pessoal de encher as bufas de dinheiro. Escolha.
Desse jeito só ficarão por aqui aqueles que sentem orgulho de ser lembrado pelo técnico do Brasil. Poderemos não ter a mais forte das seleções, com Kaká, Juan ou Dani Alves, mas teremos somente jogadores que vestirão a camisa com um orgulho pirata e farão de tudo para representar o país da melhor maneira possível. Não estou insinuando que estes craques não dão o melhor de si quando jogando pelo Brasil, mas que se precisar tirar o pé para evitar uma lesão que poderá fazê-los perder algum contrato eles o farão sem o menor pudor.
Não é desse tipo de jogador frutinha que o Brasil precisa. Não precisamos de Adriano, craque mas que corre para chorar no colo da mamãe toda vez que não é lembrado. A seleção precisa de gente que dá o sangue, que se machuca, que não liga para o que pode acontecer depois, que vive só para a vitória aqui e agora. Cada jogo é uma batalha, cada jogo é uma final. É disso que o Brasil precisa.
Vágner Love neles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário