A verdade é que a tentação de escrever já não é mais a mesma. Falta inspiração, transpiração, sei lá. Ou pode ser porque não ando dormindo direito. Os fatores são muitos, mas é tudo desculpa – a conseqüência é que é uma só.
Tinha dias que eu acordava com uma idéia mirabolante na cabeça, louco para botá-la no papel. Nos meus pensamentos, era tudo perfeito, digno de premiação em Pulitzer, Prêmio Esso e o escambau. Na hora escrever, nada saía como o previsto, nada saía como planejado. As palavras sumiam no infinito da imaginação. Só conseguia expressar o básico, transmitir a idéia, mas sem muito brilho. Agora nem isso mais funciona.
Reclamo dos elogios, mas tenho que admitir que eles fazem falta. Como já disse anteriormente, o único pagamento para um artista é a sua própria vaidade. Por mais humilde que alguém possa ser, as carícias feitas no ego são o que mais atrai nessas profssões de escritor e músico. Sim, eu só faço isso para aparecer e ser bajulado.
A inspiração vai e volta. Já atravessei fases mais negras do que essa, quando nem a vontade de reclamar da situação eu tinha. Agora, ao menos, cá estou castigando vossos olhos com lamúrias de um ex-futuro gênio incompreendido. Não me resta sequer o suicídio, porque até para isso não me sinto completamente apto. Sou muito jovem; não para morrer, mas para ao menos saber como fazer isso. Não deviam exigir tanto dessa nossa juventude – é por isso que o Brasil não vai para frente.
Sendo este um fluxo de (in)consciência, devo procurar no âmago do meu ser uma explicação para tanto desleixo com os próprios hobbies. O cara largar emprego, a namorada e a casa da família vá lá, mas deixar de lado aquilo que é talvez sua única diversão chega a ser burrice. E repare que não falo de explicações físicas e afins: noites mal dormidas são apenas um catalisador dos problemas mais profundos. Temo que seja uma mudança estrutural do meu eu como pessoa. Traduzindo em termos da linguagem corrente, uma mudança de personalidade.
Há algum tempo eu pensava que tinha duas personalidades. Hoje vejo que não, que na verdade são muitas mais. Sou uma eterna mentira, me comportando de acordo com o ambiente. O problema é quando uma gama de atitudes – ou, melhor, uma personalidade – confunde ou se sobressai a outra. Troca-se toda uma forma de se viver. Como se ajustar a isso, nem Freud explica.
Sou e ajo como os perfis de celulares. No trabalho, por exemplo, mudo(-me) para a opção office: toque para chamadas Nokia Tune, bluetooth ativado e aviso de mensagens do tipo "alert 1". E ai por diante. Na escola uso um alerta vibratório, no futebol toques no volume sete e em casa a função home, com opção de receber as chamadas do número fixo. Quando os papéis se invertem, tudo se confunde. Não escuto as ligações no futebol se o alerta estiver em vibrar nem consigo atender as chamadas do número de casa enquanto estou no trabalho. Além disso, pareço um bobo na escola com meu toque Nokia Tune.
Agora meu cérebro disse que devo apagar tudo isso e mandar todos às favos. Vou contrariá-lo, só desta vez. Teremos um final totalmente sem nexo, mas que ao menos dá uma idéia do que estou passando. Passar bem.
Tinha dias que eu acordava com uma idéia mirabolante na cabeça, louco para botá-la no papel. Nos meus pensamentos, era tudo perfeito, digno de premiação em Pulitzer, Prêmio Esso e o escambau. Na hora escrever, nada saía como o previsto, nada saía como planejado. As palavras sumiam no infinito da imaginação. Só conseguia expressar o básico, transmitir a idéia, mas sem muito brilho. Agora nem isso mais funciona.
Reclamo dos elogios, mas tenho que admitir que eles fazem falta. Como já disse anteriormente, o único pagamento para um artista é a sua própria vaidade. Por mais humilde que alguém possa ser, as carícias feitas no ego são o que mais atrai nessas profssões de escritor e músico. Sim, eu só faço isso para aparecer e ser bajulado.
A inspiração vai e volta. Já atravessei fases mais negras do que essa, quando nem a vontade de reclamar da situação eu tinha. Agora, ao menos, cá estou castigando vossos olhos com lamúrias de um ex-futuro gênio incompreendido. Não me resta sequer o suicídio, porque até para isso não me sinto completamente apto. Sou muito jovem; não para morrer, mas para ao menos saber como fazer isso. Não deviam exigir tanto dessa nossa juventude – é por isso que o Brasil não vai para frente.
Sendo este um fluxo de (in)consciência, devo procurar no âmago do meu ser uma explicação para tanto desleixo com os próprios hobbies. O cara largar emprego, a namorada e a casa da família vá lá, mas deixar de lado aquilo que é talvez sua única diversão chega a ser burrice. E repare que não falo de explicações físicas e afins: noites mal dormidas são apenas um catalisador dos problemas mais profundos. Temo que seja uma mudança estrutural do meu eu como pessoa. Traduzindo em termos da linguagem corrente, uma mudança de personalidade.
Há algum tempo eu pensava que tinha duas personalidades. Hoje vejo que não, que na verdade são muitas mais. Sou uma eterna mentira, me comportando de acordo com o ambiente. O problema é quando uma gama de atitudes – ou, melhor, uma personalidade – confunde ou se sobressai a outra. Troca-se toda uma forma de se viver. Como se ajustar a isso, nem Freud explica.
Sou e ajo como os perfis de celulares. No trabalho, por exemplo, mudo(-me) para a opção office: toque para chamadas Nokia Tune, bluetooth ativado e aviso de mensagens do tipo "alert 1". E ai por diante. Na escola uso um alerta vibratório, no futebol toques no volume sete e em casa a função home, com opção de receber as chamadas do número fixo. Quando os papéis se invertem, tudo se confunde. Não escuto as ligações no futebol se o alerta estiver em vibrar nem consigo atender as chamadas do número de casa enquanto estou no trabalho. Além disso, pareço um bobo na escola com meu toque Nokia Tune.
Agora meu cérebro disse que devo apagar tudo isso e mandar todos às favos. Vou contrariá-lo, só desta vez. Teremos um final totalmente sem nexo, mas que ao menos dá uma idéia do que estou passando. Passar bem.
Um comentário:
Falando em perfis diferentes, jah viu o Batman novo ? Puro retrato de conflitos de personalidade ... O filme deveria se chamar: Coringa !
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