quarta-feira, 29 de novembro de 2006

E o Coletivo levou

Sempre que posso, dou uma olhadinha inocente pela janela para me apaixonar. Normalmente aparece alguma candidata a amor platônico do Kibe, elas costumam aparecer no prédio da frente, na sala do lado, algumas até aqui no trabalho mesmo e a grande maioria dentro do coletivo. Hoje foi diferente, ela estava longe mal conseguia ver o rosto dela. Também ela na rua lá em baixo e eu logo ali, treze andares acima. Mas com meu olhar perdigueiro avistei a moça e pensei: Háááá é essa. (sempre é!)

Cabelo comprido meio ruivo acastanhado, ou algo parecido, vestido marrom claro e um jeitinho que me fez não ver mais ninguém que passava pela rua. Ela segurava uma pasta e plástico em uma mão e na outra um guarda-chuva (Curitiba é uma ‘beleza’), parecia que estava esperando alguém (marido, colega de trabalho, chefe, irmão, mãe, sogra ou sei lá quem). A cada carro que dava seta para a direita, achava que iria pega-la. Mas os carros passavam e nenhum era o que ela esperava.

A ruiva acastanhada dava uma voltinhas em torno dela mesma, demonstrando certa impaciência. Fazia isso com um jeito tão delicado, como se fosse para mim. Nesse momento achei que ela dava aquelas voltinhas para mim mesmo. Minha cabeça é meio doida. Comecei a criar uns dialogos, como se eu estivesse lá com ela.

_Oi!
_Oi!
_Calor né!?


Mas não comecegui pensar em nada interessante. Um coletivo azul da OAB para ela entra, vai embora e nem mais uma voltinha daquelas. Saio da janela cinco minutos depois nem lembro direito de como começou isso. Mais tarde fico pensando qual será a próxima vítima do meu olhar perdigueiro.

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