terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Reestréia

Voltar a escrever não é fácil. Essa coisa de juntar palavras, coisa que outrora parecia tão simples, tornou-se aquilo que os simplistas chamam de "bicho de sete cabeças" (agora sem os hífens). A malfadada página branca, que até para um treinado é assustadora, agora me botou em desespero. Tomou-me duas semanas para ter a coragem de começar a digitar alguma coisa. Só nessas primeiras linhas, para citar um exemplo esdrúxulo, já apaguei e enxertei uma centena de idéias diferentes e ainda não consegui me dar por satisfeito.

Tá achando ridículo isso de "conversar" com o leitor? Nem queira saber o que estava escrito antes então. Quem me conhece sabe que este é meu último recurso, coisa que só faço uso quando apelar para a escrita em primeira pessoa já não está mais dando conta da falta de inspiração.

Para quem não sabe da novidade, eu estava viajando. Foram oito meses bem vividos na terra dos leprechauns, vulgarmente conhecida como Irlanda. Não vou comentar sobre a viagem porque certamente não interessa a ninguém. Além do mais, já estou envergonhado o suficiente com o uso e abuso desses "eu's", "mim's" e afins. Só o que precisam saber é que foi uma viagem como qualquer outra, com toda a diversão e perrengue que elas têm. Com o agravante de ter como personagem principal eu, Maycon Dimas, o que torna tudo consideravelmente mais chato que o normal.

Fato é que ter viajado me afastou da escrita. Sorte de vocês, porém essa é uma das pouquíssimas coisas que eu gostaria de fazer para ganhar dinheiro na minha vida. Lá eu deixei de escrever primeiro porque não tinha computador, e um escritor moderno não se dá mui bem com canetas em geral; e segundo porque fiquei sem ler livros em português por um bom tempo, o que praticamente eliminou qualquer traço de inspiração que ainda me restava.

(Quê? Vai dizer que alguém achava que aquilo tudo vinha da minha cabeça? Era tudo cópia, irmão. Tudo cópia.)

Agora estou de volta. De volta para os meus livros, de volta para o meu computador. Agora tenho jornais para ler todos os dias (porque apesar de moderno eu não troco um bom jornal de papel sujo por tela nenhuma nesse mundo). Agora tenho o vizinho sonhador para me dizer sobre o que escrever na semana que vem. Foi uma ótima experiência e admito que gostaria de ainda estar por lá, mas também é bom estar de volta. Azar de vocês que terão novamente que me aturar,

Ao menos o "vocês" a que me refiro diz respeito a menos de 10 afortunadas pessoas.

2 comentários:

Guylherme Custódio disse...

Vivaaaaaaaaaaaaa!
Seja bem vindo de volta à cidade e à blogosfera.

jeniffer disse...

Acho que sou umas das 10.