quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Ídolos

Outro dia me perguntaram se já assisti o programa Ídolos. Já assisti algumas vezes, mas na primeira temporada. Comentar sobre os casos engraçados que acontecem no programa. Como o sujeito que depois que terminou de cantar, respondeu a um dos jurados que quem o incentivou a cantar foi o pessoal do prédio onde ele era porteiro. O jurado esculachou o sujeito, aconselhou-o a parar de cantar antes que perdesse o emprego.

Outro caso que merece atenção, foi o de um outro participante, jardineiro, que estava lá porque a sua patroa disse que ele cantava muito bem. Um dos jurados disse que aprovaria o candidato para a próxima fase do programa, desde que ele prometesse cantar no trabalho da hora que ele chegasse até a hora de ir embora a mesma música que cantou no programa. Sem falar nos candidatos que cantam errado, cantam com sotaque e os que não cantam nada e só estão lá por farra mesmo.

O Ídolos não é um primor de programa, mas eles dizem que estão procurando um ídolo da música. Um ídolo pop. Estranho não? A proposta deles é de encontrar um pessoa normal (não-famoso ainda) e vão impor-lhe a pecha de ídolo. É igual quando você resolve fazer seu perfil no orkut, quando termina de colocar suas descrições e preferências, vê que tem zero amigos, mas já tem orkut. No caso do sortudo vencedor do Ídolos, começa com zero fãs, mas é ídolo.

Indo um pouquinho além, fico pensando como seria se músicos que fazem sucesso tivessem que passar pelo teste do programa. E seria como um exame da OAB, quem fosse aprovado no Ídolos poderia seguir na carreira, caso contrário teria que fazer outra coisa. Imaginem o ex-vocalista do Los Hermanos Marcelo Camelo, agora pensem nele entrando para o teste. Um sujeito com aquela barba esquisitona, camisa xadrez e All Star velho. Quando começasse a cantar, com seu jeito acanhado e pouco a vontade por estar sendo julgado como num vestibular. Ficaria sem jeito, e ouviria aquele jurado barbudo dizendo: - Você não canta não velho. Meu voto é não. – E assim Marcelo camelo daria adeus a sua carreira na música brasileira.

Pensem agora, mas com um pouquinho de boa vontade, em Chico Buarque. Ele que entende da alma feminina, um cara politizado, pegador e tudo mais. Ele todo a vontade para seu teste. O jurados esperando ele se apresentar e ele manda ver um de seus sucessos, quando de repente um dos jurados diz: - olha seu Chico, você é muito boa pinta, sua letra é muito boa e fica a vontade no palco. Mas com essa sua voz não vai dar não. Eu voto não. – Pronto agora nem que voltasse disfarçado e com o pseudônimo de Julinho de Adelaide, não cantaria mais.

Então chega a vez de um rapaz, que é a cara do programa. Um cara descolado, moderno, que dança, canta e escreve as próprias letras. Latino, sim ele mesmo o autor de Renata Ingrata e Festa no AP. Chegaria no seu teste falando alto, sorridente e bem a vontade.
- Vai cantar o quê pra gente, Latino? - pergunta o jurado.
- Vou de Amigo fura olho. – de pronto responde o cantor.
- Então canta pra gente ver.
E ele canta, dança, faz umas coisas engraçadas e outras estranhas (tipo a bombadinha no chão) e é aprovado. Outros grandes ícones da música brasileira seriam Cláudia Leite, P. O. Box (diz que vai me ensinar/ então diga como é), Tati Quebra Barraco e outros talentos que cantam dançam e representam.

Fim

Um comentário:

Guylherme Custódio disse...

ioauheuaioheuiaohueioua quando eu li "Então chega a vez de um rapaz, que é a cara do programa", logo pensei no Latino.
I num é qui era!!!